segunda-feira, 16 de agosto de 2010

KICK ASS – QUEBRANDO TUDO (Kick Ass, Estados Unidos, 2010)


Este filme estava a ser divulgado na Internet há algum tempo. Isso gerou uma considerável ansiedade para sua estréia, e só ficou faltando ver se sua qualidade ia fazer jus a essa expectativa. Quando finalmente assisti este filme fiquei positivamente surpreso, e estonteado pela audácia de colocarem uma garota de 12 anos retalhando bandidos e querendo sorevete depois. Algumas fronteiras moralistas foram aqui derrubadas, mas acho que os filmes devem realmente fazer isso: Ir além das fronteiras convencionais para nos mostrar diferentes espectros.

Já faz algum tempo que a realização de filmes de super-heróis têm crescido em Hollywood. Um dos fatores que insentivam esse acontecimento é a possibilidade de se poder incluir em um filme quase tudo, se não tudo, que se possa imaginar em termos de ação, isso graças aos efeitos especiais disponíveis e à computação gráfica utilizada.

Foi nesse ambiente que apareceu “Kick Ass – Quebrando Tudo”, um filme de super-heróis, cujos personagens, na verdade, não são tão super assim, fazendo o filme ser super-divertido.

 A história é de um rapaz, rotulado como um  nerd, isolado, sem aptidões estéticas ou atléticas especiais, que olha com admiração a ideia dos super-heróis ilustrada nas revistas em quadrinhos. É inspirado na noção de uma pessoa defender os necessitados que este jovem decide transportá-la para o mundo real. No entanto esse é exatamente o problema: o mundo real. Mesmo assim ele resolve pôr em prática sua empreitada heróica e sofre suas sangrentas consequências. Resoluto, continua lutando contra bandidos e acaba por encontrar outras pessoas que dividem esse pensamento justiceiro, com a diferença que esses outros personagens não tem nada de amadores nesse ofício.

Como eu disse antes, é uma história de heróis, mas sem o super. Nenhum dos personagens tem super-poderes e correm os mesmos riscos enfrentados por qualquer um. Esses riscos e suas consequências são mostrados de forma real o suficiente para serem considerados penosos e piedosamente doloridos. A decisão de explorar a realidade das situações de confronto armado e braçal recheou o filme com bastante violência gráfica. No entanto essa violência não chega a causar repulsa ou passar a impressão de ser demasiada ou desnecessária. O diretor exibiu o suficiente para trazer o filme para o mundo real, mas ainda assim não foi tão cruel quanto este.

Apesar disso, e mesmo tendo como personagens rapazes de 17 anos e uma garota de aproximadamente 12 anos, este filme não é para crianças. A ideia de chamar a responsabilidade para si da forma como é passada no filme pode ser perigosa se for má interpretada. Isso deve ser vigiado de perto, especialmente nos Estados Unidos, pois lá sabe-se que já existem indivíduos suficientemente impressionáveism, capazes de entrar na escola disparando contra seus colegas.

Como eu afirmei acima, a possibilidade de influenciar um espectador ainda imaturo está presente no filme, como em incontáveis outros títulos, por isso ele não deve ser recomendado para crianças. Mas isso não quer dizer que o filme é ruim e não deva ser visto, nada disso, este filme é de ótima qualidade. As cenas de luta são inspiradoras, e isso no espírito Tarantino da palavra. A trilha sonora é diversificada, pontualmente utilizada e ajuda no o embalo do filme. As personagens são construídas em paralelo e, quando a ação começa, suas razões pessoais para suas escolhas já estão compreendidas. Esse conjunto de fatores garante a coesão da obra, e não nos deixa com indagações ansiosas.

Esse filme é uma ótima diversão e já tem sendo trabalhada a sua sequência, só espero que ela matenha a qualidade de seu antecessor e continue quebrando tudo!

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